Jones Manoel da Silva nasceu em 9 de janeiro de 1990, na Favela da Borborema, Recife (PE). Historiador, youtuber e influenciador comunista, ele se tornou um dos principais nomes da esquerda no Brasil na última década.
Aos 11 anos, perdeu o pai assassinado, episódio que marcaria profundamente sua vida. A cultura do rap abriu portas para referências como Fidel Castro, Malcolm X e Che Guevara. Aos 21 anos, já se declarava comunista, após mergulhar nos estudos marxistas.
Foi um dos primeiros jovens de sua comunidade a entrar em uma universidade pública, graduando-se em História pela UFPE, onde também concluiu mestrado em Serviço Social.
Do ativismo de rua à militância digital
A militância formal começou em 2013, nas Jornadas de Junho, quando ingressou na União da Juventude Comunista, do PCB. Visionário quanto ao potencial da internet, criou um blog, um canal no YouTube em 2017 e participou de podcasts como Revolushow.
Após as eleições de 2018, seu conteúdo ganhou projeção nacional. Hoje, Jones Manoel soma mais de um milhão de seguidores e é autor de livros como Revolução Africana e A Negação do Brasil Negro.
Em 2022, disputou o governo de Pernambuco pelo PCB, obtendo 33.931 votos. Em 2023, foi expulso do partido e, no ano seguinte, fundou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).
As principais ideias políticas de Jones Manoel
O núcleo de seu pensamento é a chamada “Revolução Brasileira”, um projeto socialista para transformar as estruturas econômicas e políticas do país. Ele defende que o capitalismo brasileiro falhou em garantir educação, saneamento e moradia digna.
Entre suas propostas estão:
Controle do Banco Central e redução drástica dos juros;
Industrialização com foco no mercado interno e reforma da lei de patentes;
Nacionalização de setores estratégicos como o pré-sal;
Reforma agrária voltada à produção para consumo interno;
Democracia socialista com representação direta de trabalhadores e comunidades.
Polêmicas e embates públicos
A trajetória de Jones também é marcada por controvérsias. Ele foi alvo de ataques do governo Bolsonaro e, em agosto de 2025, teve suas contas no Instagram e Facebook removidas pela Meta, que não deu explicações. A decisão foi revertida judicialmente.
Crítico do governo Lula, que considera “neoliberal”, Jones acusa a atual gestão de manter uma política de austeridade e de não reverter privatizações. Ainda assim, diferencia Lula — “democrata” — de Bolsonaro, a quem chama de “fascista genocida” pela condução da pandemia de COVID-19.
Nos debates, é seletivo: recusou discutir com Artur do Val, a quem chamou de “burro” e “racista”, dizendo que não concede palco para figuras “estagnadas” em busca de visibilidade.
O futuro segundo Jones Manoel
O modelo socialista que ele propõe busca inspiração na experiência cubana de saúde, no planejamento urbano soviético e na inovação tecnológica chinesa. A ideia central é criar um sistema político de baixo para cima, no qual trabalhadores, estudantes e comunidades elegem representantes diretos.
Para Jones, o socialismo não é o responsável pelas maiores atrocidades da história e teve papel fundamental na derrota do nazismo, nas lutas anticoloniais e na conquista de direitos sociais.
Presença digital e influência cultural
Além de político e ativista, Jones Manoel é um comunicador nato. Seu site jonesmanoel.com.br e o canal Farol Brasil no YouTube funcionam como vitrines para suas análises políticas e notícias alinhadas à sua perspectiva.
Amado por uns e criticado por outros, Jones continua sendo uma das vozes mais ativas e influentes da esq++++uerda brasileira na era digital. Sua jornada da periferia recifense ao cenário político nacional o transformou em um personagem central no debate sobre o futuro do país.
