Uma influenciadora digital de Feira de Santana está sendo investigada pela Polícia Civil da Bahia por suposta prática de sextorsão contra um casal homoafetivo. A suspeita, identificada como Theila Sabrina, tem histórico como dançarina e assistente de palco, e acumula cerca de 200 mil seguidores nas redes sociais.
De acordo com a investigação, liderada pela delegada Klaudine Passos, a influenciadora teria exigido R$ 10 mil das vítimas para não divulgar um vídeo íntimo em plataformas digitais e sites de fofoca. Há indícios de que parte do valor chegou a ser paga por uma das vítimas, embora o montante total não tenha sido divulgado.
Além da tentativa de extorsão, o casal relatou ter recebido ameaças e mensagens com conteúdo homofóbico, inclusive direcionadas a familiares. O caso se enquadra no crime de sextorsão, quando conteúdos íntimos são usados para coagir as vítimas, muitas vezes explorando sua orientação sexual.
Na última sexta-feira, 4 de julho, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Theila Sabrina. Durante a ação, foram apreendidos um celular e um tablet. A delegada esclareceu que o mandado foi cumprido em data previamente agendada, respeitando a agenda de shows da influenciadora, que estava em turnê pelo estado.
Apesar da solicitação de prisão temporária feita pela polícia, a Justiça ainda não autorizou a medida. A forma como a influenciadora teve acesso ao conteúdo íntimo das vítimas não foi divulgada até o momento.
Theila Sabrina é figura conhecida no cenário artístico nacional. Atuou como dançarina de bandas como Wesley Safadão, Aviões do Forró, Calcinha Preta e Cavaleiros do Forró. Também foi rainha do Carnaval de Salvador por três anos e chegou a ser assistente de palco no programa de Rodrigo Faro, após vencer um concurso em 2014. Em suas redes sociais, exibe uma rotina de viagens internacionais e eventos luxuosos.
Em nota, a defesa da influenciadora afirmou que ela está à disposição das autoridades e que irá colaborar com as investigações, confiando em um processo justo e transparente. Em publicações recentes, Theila comentou estar sem celular, evitou entrar em detalhes sobre a operação e afirmou ter entregue a situação “nas mãos de Deus”. Ela também usou o espaço para reforçar sua fé e resiliência.
A delegada Klaudine Passos informou que Theila será ouvida nos próximos dias, dando continuidade à investigação que apura os crimes de extorsão, ameaça e discriminação com motivação homofóbica.