Edilson Veloso é uma das personalidades mais respeitadas de Feira de Santana, com uma trajetória marcada pela dedicação à educação física, ao rádio e à valorização das manifestações culturais da cidade.
Natural de Feira de Santana, Edilson Veloso construiu um legado admirável no cenário educacional e cultural da Bahia. Educador físico por vocação, radialista por descoberta e defensor incansável das festas populares, ele é reconhecido por sua memória histórica afiada e por seu compromisso com a identidade local. Sua trajetória é repleta de lições sobre pertencimento, consciência social e amor pela cidade onde nasceu e escolheu viver.
Amor por Feira de Santana e pela Educação Física
Diferente de muitos colegas de profissão que migraram para Salvador, Edilson escolheu permanecer em Feira de Santana. Ele conta que, mesmo diante de propostas tentadoras, preferiu ficar perto da família e investir na carreira como professor de educação física, profissão que exerceu por mais de 30 anos.
Edilson começou sua relação com o esporte ainda jovem, praticando handebol com intensidade e disciplina. Chegou a ser capitão da seleção estudantil de Feira, onde era conhecido pela liderança e pelo comportamento exemplar. Para ele, a educação física foi o caminho para transformar vidas, formar cidadãos e manter os jovens afastados das drogas e da criminalidade.
Carreira no rádio e envolvimento com a cultura local
A comunicação entrou na vida de Edilson Veloso de forma inesperada. Sua estreia no rádio aconteceu ao divulgar um clube de handebol, o que abriu portas para transmissões de carnaval, programas em rádios locais e cobertura de eventos culturais. Desde 1989, ele acompanha a Micareta de Feira de Santana, atuando como comentarista e referência em história da festa.
Sua vivência no rádio e nos bastidores dos eventos da cidade o levou a participar de gestões públicas e a assumir cargos como coordenador de palco no São João. Edilson conhece como poucos a alma das festas populares e defende que o verdadeiro brilho está no povo nas ruas, e não nos camarotes ou estruturas fechadas.
Uma história de superação e gratidão
Edilson Veloso foi adotado ainda bebê, após sua mãe biológica — grávida de gêmeos e abandonada — não ter condições de criá-lo. Ele chegou a viver por dias na garagem de um trio elétrico, até ser acolhido por Dona Ivone Ribeiro Falcão, a quem ele considera sua verdadeira mãe.
Ele compartilha essa história com orgulho e maturidade, reforçando que a adoção é um ato de amor. Para Edilson, a gratidão é uma força que impulsiona sua vida, e sua formação como cidadão de bem está diretamente ligada ao acolhimento que recebeu.
Crítica social e defesa do esporte e da cultura
Com olhar atento à realidade social e política, Edilson faz críticas contundentes à falta de investimentos no esporte escolar, que, segundo ele, poderia ser uma das maiores ferramentas de prevenção social. Para ele, muitos gestores ignoram o potencial do esporte porque “não dá voto”.
Também se posiciona contra propostas que elitizem ou esvaziem a Micareta, como transformar a festa em evento indoor ou propor separações raciais. Ele defende a festa como um espaço livre, diverso e popular. “A Micareta é maior do que qualquer político ou atração. Ela pertence ao povo”, afirma.
Sabedoria popular e legado para a cidade
Edilson Veloso é um homem de frases marcantes e sabedoria prática. Acredita na importância da fé, da leitura e da humildade para aprender. Costuma dizer que “o homem é dono do seu silêncio e escravo das suas palavras”, e que devemos viver o presente com intensidade, pois “só existem dois dias em que você não pode fazer nada: ontem e amanhã”.
Mais do que um comunicador ou professor, Edilson é um símbolo de resistência, coerência e amor pela sua cidade. Ele representa uma geração que valoriza a memória, luta pela cultura e ensina pelo exemplo.
Um nome que Feira de Santana aprendeu a respeitar
A trajetória de Edilson Veloso é inspiração para educadores, radialistas, gestores públicos e para qualquer cidadão que deseja fazer a diferença na comunidade onde vive. Seu legado está escrito não apenas em documentos ou transmissões, mas nas vidas que tocou e nas ideias que defende com firmeza.
Valorizar sua história em vida é reconhecer a importância de pessoas que, com humildade e coragem, fazem da sua própria trajetória um serviço à coletividade.